Recuperação de crédito: a possibilidade de apreensão de CNH e passaporte de inadimplentes
- Bruna Benzi
- há 5 dias
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A recuperação de crédito é um dos maiores desafios enfrentados pelos credores no Brasil. Diante disso, uma decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe um novo instrumento para pressionar devedores a quitarem suas dívidas: a possibilidade de apreensão da CNH e do passaporte de devedores.
Esse entendimento representa uma mudança significativa na forma como a inadimplência pode ser combatida e reforça a necessidade de estratégias mais eficientes para garantir que os credores recebam o que lhes é devido.
O STF entendeu pela constitucionalidade dessa medida, que atua como um mecanismo coercitivo para incentivar a negociação de dívidas, mas deixou claro que sua aplicação não será indiscriminada: a apreensão da CNH será utilizada em situações específicas, sobretudo quando o devedor demonstra resistência em cumprir suas obrigações financeiras e não apresenta disposição para buscar alternativas viáveis de pagamento. Além disso, referida medida não poderá ser aplicada àqueles que precisam desses documentos para exercer suas funções profissionais, como motoristas de aplicativo, motoboys, taxistas.
A ideia por trás dessa decisão é pressionar aqueles que possuem condições financeiras de quitar suas pendências, mas deliberadamente optam por não fazê-lo.
Essa possibilidade se soma a outros mecanismos tradicionais de recuperação de crédito, como a penhora de bens, o protesto de títulos e a inclusão do nome do devedor em cadastros de inadimplentes.
Para credores, essa decisão representa um avanço na busca por soluções eficazes no combate à inadimplência, proporcionando mais um meio de assegurar o cumprimento das obrigações financeiras.
Embora essa decisão gere debates sobre os limites das medidas coercitivas e a sua real eficácia, ela, indiscutivelmente, traz uma nova perspectiva para a recuperação de crédito no Brasil, tendo em vista que, ao pressionar devedores com sanções que afetam diretamente sua rotina e sua mobilidade, o objetivo é aumentar o incentivo para que regularizem suas pendências financeiras, promovendo maior equilíbrio nas relações econômicas e jurídicas. Com isso, credores poderão contar com mais instrumentos para garantir a efetividade das execuções e aumentar as chances de recuperação dos valores a eles devidos.
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